Como a Fisioterapia Ajuda em Casos de Displasia Coxofemoral, Luxação de Patela e Lesões Ligamentares em Cães
7/14/20255 min read
Pequenas mudanças na forma como o pet se move, brinca ou até mesmo se levanta podem ser sinais silenciosos de desconforto ou dor. Muitos problemas ortopédicos nos animais, como displasia, luxação de patela e lesões ligamentares, são mais comuns do que imaginamos e podem impactar significativamente a qualidade de vida do seu amigo de quatro patas.
Neste blog, vamos ajudar você a se tornar um observador mais atento e entender como a Fisioterapia Veterinária e a Reabilitação Animal são ferramentas poderosas e muitas vezes essenciais para o tratamento dessas condições.
Displasia Coxofemoral:
A Displasia Coxofemoral (DCF) canina é uma afecção ortopédica de natureza multifatorial e hereditária, caracterizada por uma incongruência articular progressiva da articulação coxofemoral, isso é, um encaixe imperfeito entre o fêmur e o coxal (quadril). Levando a dor, inflamação e, com o tempo, degeneração articular (osteoartrite). É uma das principais causas de dor crônica em cães e gatos.
O que Observar:
Andar "rebolado" ou com balanço excessivo do quadril: Esse andar é uma tentativa do animal de compensar a dor e a instabilidade na articulação.
Dificuldade para se levantar após períodos de repouso ou ao acordar: A rigidez é visível nos primeiros passos, e o animal pode relutar em se levantar.
Claudicação (mancar) intermitente ou contínuo: A dor pode se manifestar de forma sutil, aparecendo e desaparecendo, e pode ser mais evidente após exercícios ou longos períodos de inatividade.
Relutância em realizar atividades: Ele pode evitar subir escadas, pular no sofá ou entrar no carro, pois esses movimentos sobrecarregam o quadril dolorido.
Perda de massa muscular (atrofia) na região da coxa e glúteos: Conhecida como atrofia por desuso, os músculos de um os dos dois membros posteriores podem parecer visivelmente menores devido ao não uso ou ao uso compensatório.
Dor, sensibilidade ou vocalização ao toque na região do quadril: O animal pode reagir com rosnados, choros ou tentar se afastar quando a área é tocada.
As Causas Clínicas Mais Comuns:
A principal causa da Displasia Coxofemoral é a predisposição genética, mas fatores ambientais como crescimento muito rápido, piso liso da casa, exercícios inadequados na fase de filhote e obesidade podem agravar o quadro.
Como a Fisioterapia Veterinária Ajuda:
A Fisioterapia Veterinária desempenha um papel crucial no manejo da displasia, seja ela leve, moderada ou severa.
Controle da Dor e Inflamação: Técnicas como laserterapia, crioterapia e termoterapia ajudam a aliviar o desconforto.
Fortalecimento Muscular: Exercícios terapêuticos específicos visam fortalecer a musculatura do quadril e dos membros posteriores, proporcionando maior estabilidade à articulação e compensando a frouxidão articular.
Melhora da Mobilidade: Alongamentos e exercícios de amplitude de movimento previnem a rigidez e mantêm a funcionalidade da articulação.
Prevenção da Atrofia Muscular: Através de um plano de Reabilitação Animal bem estruturado, é possível minimizar a perda de massa muscular e até revertê-la.
Luxação de Patela:
A luxação de patela é uma condição ortopédica comum caracterizada pelo deslocamento intermitente ou persistente da patela para fora da tróclea femoral, ou seja, a patela deveria deslizar pelo suco troclear, mas desliza para fora. Podendo ser medial (mais comum em raças pequenas) ou lateral (mais comum em raças grandes).
Pode ser congênita (de nascença) ou resultado de um trauma. A luxação compromete a biomecânica da articulação patelofemoral, resultando em dor, claudicação e, a longo prazo, predisposição ao desenvolvimento de osteoartrite devido ao atrito anormal da cartilagem articular.
O que Observar:
"Pulinhos" ou saltos ao andar: O cão levanta a pata por um momento e depois volta a apoiar.
Mancar intermitente: A claudicação aparece e some, especialmente após um movimento específico.
Esticar a pata traseira para trás: Alguns cães tentam esticar a pata para "recolocar" a patela no lugar.
Dor ao ser tocado no joelho ou dificuldade em movimentar a articulação: Em casos mais avançados.
As Causas Clínicas Mais Comuns:
A principal causa é a má formação congênita da articulação, que faz com que o sulco da tróclea seja raso ou a inserção dos músculos do quadríceps esteja desalinhada. Traumas também podem levar à luxação de patela.
Como a Fisioterapia Veterinária Ajuda:
Para casos leves, a Fisioterapia Veterinária é fundamental no tratamento conservador. Para os casos cirúrgicos, ela é indispensável no pós-operatório.
Fortalecimento Muscular: Essencial para estabilizar a patela e manter a articulação alinhada.
Melhora da Propriocepção e Equilíbrio: Exercícios específicos ajudam o animal a ter mais consciência de onde a pata está no espaço.
Controle da Dor e Inflamação: Utilização de recursos como laserterapia, crioterapia e eletroterapia.
Ganho de Amplitude de Movimento: Evita rigidez e promove a recuperação funcional completa da articulação.
Manejo de Tecidos Moles e Dor Miofascial: A massoterapia e a liberação miofascial podem ser empregadas para aliviar a tensão muscular compensatória e reduzir a dor miofascial que frequentemente acompanha a luxação de patela crônica.
A Fisioterapia e acupuntura veterinária em conjunto podem oferecer um manejo da dor mais abrangente e modular a resposta inflamatória, promovendo um ambiente favorável à reabilitação.
Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial (RLCCR):
A Ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCR) também é uma das lesões ortopédicas mais frequentes em cães. O ligamento cruzado cranial é vital para a estabilidade do joelho, impedindo que a tíbia deslize para frente em relação ao fêmur. Sua ruptura causa instabilidade e dor intensa.
O que Observar:
Mancar súbito e severo: O animal geralmente não apoia a pata no chão ou a mantém levantada, especialmente após um movimento brusco ou corrida.
Dor intensa ao manipular o joelho: O animal pode vocalizar ou tentar morder.
Perda de massa muscular rápida no membro afetada: Devido à falta de uso da pata.
As Causas Clínicas Mais Comuns:
A ruptura do ligamento cranial pode ser causada por um trauma agudo (caindo, pulando de forma errada) ou, mais frequentemente, por uma degeneração crônica do ligamento, que se rompe gradualmente. Obesidade e conformação anatômica também são fatores predisponentes.
Como a Fisioterapia Veterinária Ajuda:
A Fisioterapia Veterinária é crucial tanto no manejo conservador de algumas rupturas quanto na Reabilitação Animal pós-cirúrgica, que é o padrão-ouro para a maioria dos casos. Os Tratamentos visam:
Controle da Dor e Inflamação: Fundamental no pós-operatório para um retorno mais rápido à função.
Recuperação da Amplitude de Movimento: Exercícios passivos e ativos para restaurar a mobilidade do joelho.
Fortalecimento Muscular Progressivo: Reconstrução da massa muscular perdida e ganho de força para estabilizar a articulação.
Melhora da Propriocepção: Reeducação do equilíbrio e da coordenação para que o animal apoie o membro de forma segura.
Retorno Gradual às Atividades: Através de um plano de reabilitação específico, o pet recupera sua funcionalidade.
A Fisioterapia Veterinária não é apenas um complemento, mas uma parte fundamental dos Tratamentos e do processo de Reabilitação Animal para essas e muitas outras condições ortopédicas e neurológicas. Ela oferece soluções para aliviar a dor, restaurar a função e garantir que seu amigo tenha a melhor qualidade de vida possível.
A saúde e o conforto do seu amigo dependem da sua atenção e do seu cuidado. Procure sempre a orientação de um Médico Veterinário.

